Curitiba, 11 de novembro de 2025 – Enquanto líderes mundiais se reúnem em Belém para a COP30, o Sul do Brasil registrou na sexta-feira (8) um evento meteorológico sem precedentes: seis tornados simultâneos formados a partir das mesmas condições atmosféricas, atingindo quase ao mesmo tempo seis cidades em dois estados. O fenômeno, que deixou 6 mortos, centenas de desalojados e destruição generalizada, é considerado o mais intenso e abrangente já documentado na região, segundo especialistas.Cidades afetadas
- Paraná: Rio Bonito do Iguaçu (90% da área urbana danificada), Turvo e Guarapuava.
- Santa Catarina: Dionísio Cerqueira, Xanxerê e Faxinal dos Guedes.
“Não é incomum termos tornados no Sul do Brasil. Mas, em 32 anos de Simepar, este é o mais intenso. E não há registro de vários eventos dessa magnitude em um mesmo dia, em curto espaço de tempo”, afirma Lizandro Jacóbsen, meteorologista do Simepar.
Causa: combinação explosivaO Inmet explica que a instabilidade foi desencadeada por:
- Frente fria avançando do Sul;
- Ciclone extratropical formado no RS e deslocado para o oceano;
- Calor e umidade elevados na região Centro-Sul.
Essa combinação gerou supercélulas capazes de produzir tornados de alta intensidade em sequência.Fatores que amplificaram o registroJacóbsen destaca que urbanização e tecnologia facilitaram a identificação:
- Antes, tornados atingiam áreas rurais e passavam despercebidos.
- Hoje, com cidades maiores e Defesa Civil ativa, todo evento com danos é registrado.
Contexto global: aquecimento intensifica extremosEmbora tornados sejam comuns no Sul (especialmente entre setembro e março), a frequência e intensidade crescentes de eventos extremos coincidem com alertas da COP30 sobre:
- Aumento de fenômenos destrutivos devido às mudanças climáticas;
- Necessidade urgente de adaptação urbana e alertas precoces.
O caso paranaense-catarinense entra para os registros como um marco histórico — e um lembrete dramático do que a ciência já prevê: o clima está mudando, e o Brasil não está imune.
Correio do Povo
