A derrota da cassação de Carla Zambelli (PL) no plenário da Câmara — que ficou 30 votos abaixo dos 257 necessários — já não significava garantia de permanência no cargo. Menos de um dia depois, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou a votação e determinou que o suplente da deputada seja empossado em 48 horas.
A resposta do Supremo foi imediata. Zambelli havia sido condenada a 10 anos de prisão por orquestrar a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e a Corte já havia determinado a perda do mandato. Presa na Itália, para onde fugiu tentando evitar o cumprimento da pena, a deputada viu o corporativismo parlamentar agir a seu favor — mas por pouco tempo.
Crise entre os poderes se intensifica
O resultado da sessão na Câmara, além de representar um gesto de proteção interna entre parlamentares e de desobediência a uma ordem judicial, adicionou mais um capítulo à disputa entre Congresso e STF. O episódio elevou novamente o nível de tensão entre os poderes.
Havia, inclusive, uma alternativa em discussão que poderia ter evitado o desgaste institucional, mas ela não avançou.
