RS Notícias: QUARTO PODER??? – 19.05.25

Por Alex Pipkin

 

Um dia, lá atrás, a imprensa foi chamada de “quarto poder”, uma força vigilante, fiscalizadora, um bastião da democracia contra os excessos dos três poderes formais. No Brasil de hoje, a imprensa virou o quarteirão do Lule com fritas, uma refeição ideológica pronta para ser servida aos incautos com fome de narrativa, não de verdade.

Antes da eleição de 2022, eu ousava dizer — meio incrédulo, meio esperançoso — que a mídia brasileira, em especial a chamada “grande imprensa”, já não informava, militava. Um amigo, típico progressista gourmet de esquerda enrustida, me dizia que era teoria da conspiração, devaneio bolsonarista. “A Globo é excelente”, ele repetia, como se estivesse lendo um texto pronto. Pois bem, o tempo passou, Lule voltou, ou melhor, foi trazido de volta por políticos trajados de toga, e o país entrou de cabeça no abismo. E a imprensa? A imprensa dobrou a aposta. Agora não disfarça mais. Ela não apenas protege, ela endeusa.

Veja-se o exemplo mais recente. Em um post da Folha de S.Paulo, Lule é exaltado como “marido extraordinário”. Sim, você leu certo. O mesmo sujeito que preside um governo com déficit público fora de controle, corrupção institucionalizada, consórcio escancarado com um Supremo que legisla e persegue adversários, é apresentado como o arquétipo do companheiro ideal. Parece que agora a imprensa resolveu ampliar seu portfólio. Além de jornalista, virou terapeuta de casal e coach de relacionamento conjugal com selo Planalto de aprovação. Não há limites. Não há vergonha!

Como se o descalabro interno já não fosse suficiente, o “marido extraordinário”, da tese da “democracia relativa”, também coleciona afinidades externas. Não esconde seu fascínio por autocratas de todo tipo, de Maduro a Ortega, de Xi Jinping a Putin, como se a brutalidade dos seus regimes fosse apenas um detalhe folclórico. E o que faz a imprensa diante disso? Aplaude. Omite. Alisa o autoritarismo com palavras doces e editoriais mornos, como se flertar com ditadores fosse apenas uma excentricidade diplomática.

Enquanto o brasileiro comum vê o preço da carne virar artigo de luxo, o combustível esfolar o bolso e o custo de vida tirar até a cervejinha de fim de semana do pobre, os editores da velha imprensa escrevem crônicas de amor ao líder máximo, esse “extraordinário marido” que destrói a economia com um sorriso e promete amor eterno entre uma pedalada fiscal e outra.

A imprensa, que deveria ser contrapoder, virou correia de transmissão do projeto coletivista mais dissimulado da história recente. Os jornais militam.

Quem denuncia isso é chamado de golpista. Mas os fatos são teimosos. Mostram, dia após dia, que a imprensa brasileira morreu, renascendo como porta-voz oficial de um partido informal, um consórcio entre burocratas de toga, militantes de redação e oportunistas de gabinete.

A verdade virou um mero detalhe. O que importa é manter o script. No ritmo em que vão, só falta agora a Folha lançar um horóscopo recomendando submissão ao Planalto e afirmar que Vênus em Brasília favorece a mentira institucionalizada.

Pois o amigo, assim como a excelsa verdade, desapareceu.

Pontocritico.com

Source: RS Notícias: QUARTO PODER??? – 19.05.25

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