O Progressistas (PP) do Rio Grande do Sul só deve bater o martelo sobre sua posição nas eleições estaduais em 2026, já dentro do ano eleitoral. O partido, que transita entre centro e direita e vive disputas internas, tenta construir um acordo entre suas lideranças até o início do próximo ano, enquanto observa o cenário nacional.
Atualmente, a sigla é cortejada por dois possíveis aliados: o MDB, do vice-governador Gabriel Souza, e o PL, do deputado Luciano Zucco. Paralelamente, o PP mantém duas pré-candidaturas próprias: a do deputado federal Covatti Filho, presidente estadual da legenda, e a do secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo.
Diante das incertezas, Covatti divulgou uma carta orientando que todas as pré-candidaturas — internas e de possíveis aliados — sejam mantidas até março, quando critérios de competitividade definirão o caminho conjunto.
Internamente, o PP pretende resolver duas questões até janeiro:
- Qual pré-candidato seguirá representando o partido nas negociações;
- Com qual sigla será formada a aliança principal, MDB ou PL.
A partir dessa escolha, o partido planeja mobilizar suas bases para fortalecer o nome escolhido e aumentar sua presença nas pesquisas, ampliando seu poder de negociação.
Essa estratégia levou ao cancelamento de uma reunião que definiria os rumos da sigla. O motivo também envolve articulações nacionais: o PP negocia alianças em vários estados, especialmente com o PL, e há interesse das direções nacionais em anúncios conjuntos.
Impacto além de 2026
Dentro do PP gaúcho, há um sentimento crescente de que o partido precisa voltar a protagonizar disputas majoritárias — algo que não ocorre desde o governo de Jair Soares, nos anos 1980. A sigla avalia que passou tempo demais como base de governos alheios e deseja retomar espaço.
O cenário, porém, é complexo. Outras pré-candidaturas já estão colocadas no tabuleiro desde 2022, como as de Edegar Pretto (PT), Gabriel Souza (MDB), Juliana Brizola (PDT) e Luciano Zucco (PL).
Uma eventual aliança com o MDB pode ter efeitos de longo prazo: caso Gabriel assuma o governo em 2026 e seja eleito, não poderá concorrer à reeleição em 2030, abrindo espaço para o PP disputar o comando do Estado no ciclo seguinte. Por outro lado, a rivalidade histórica entre MDB e PP em várias regiões do RS e o risco de afastar o eleitorado mais à direita pesam na decisão.
Ao mesmo tempo, o PP teve papel central nas duas gestões de Eduardo Leite na Assembleia e em secretarias estratégicas do Executivo. Essa participação influencia diretamente a discussão sobre continuidade ou ruptura do projeto político iniciado ainda no governo Sartori, há uma década.
Origem: RS Notícias: PP do RS adia definição eleitoral para 2026 e busca consenso interno
