RS Notícias: O filme que enterrou a carreira de Steven Seagal em Hollywood: 20 anos de declínio

 

 

Steven Seagal, o astro das artes marciais que dominou os anos 1990 como herói de ação implacável, há duas décadas não lança um filme de peso em Hollywood. O ponto de não retorno veio em 2003 com No Corredor da Morte, um thriller de ação dirigido por Don Michael Paul que fracassou nas bilheterias e na crítica, selando o fim de sua era de glória. Desde então, o ator — conhecido por papéis como em A Força em Alerta — mergulhou em produções de baixo orçamento, rejeitando até convites para blockbusters como Os Mercenários, alegando antipatia pelos colegas de elenco.Dos holofotes à irrelevância: o auge e a quedaNos anos 1990, Seagal era sinônimo de ação descompromissada e carisma estoico. Seu grande trampolim foi A Força em Alerta (1992), dirigido por Andrew Davis, que faturou mais de US$ 250 milhões mundialmente e rendeu indicações ao Oscar de Melhor Som e Melhores Efeitos Sonoros. Na época, o gênero de ação estava no pico, e o físico imponente de Seagal, aliado a sua expertise em aikido, o transformou em ícone. Filmes como Sob Fogo Inimigo e Acima da Lei consolidaram seu status, mas as “vacas magras” chegaram rápido: roteiros repetitivos e uma reputação de difícil convivência na indústria afundaram sua trajetória.O nadir veio com No Corredor da Morte (lançado em 21 de fevereiro de 2003, com 1h39min de duração), produzido pela Columbia Pictures e Franchise Pictures. No elenco, além de Seagal como Sascha Petrosevitch — um ladrão de carros que, após perder a esposa para um chefe do crime e sobreviver a uma emboscada do FBI, acaba condenado à morte em uma prisão tomada por terroristas —, destacam-se Bruce Weitz, Nia Peeples e Tony Plana. O enredo mistura vingança pessoal, conspirações e tiroteios em ambiente carcerário, mas sem inovações que salvassem o projeto.O filme bombou comercialmente e foi massacrado pela crítica. O lendário Roger Ebert escreveu: “É como um alarme que toca sem que haja ninguém no quarto. Cumpre sua função e para, sem que ninguém se importe. Segue a mecânica de um filme de ação, mas há uma monotonia no centro, a sensação de que ninguém envolvido gostava do que fazia”. A nota média dos usuários no AdoroCinema é de 3,2, e hoje o título está disponível no streaming Max.Atitudes que aceleraram o isolamentoNão foi só o filme: a personalidade de Seagal contribuiu para seu ostracismo. O diretor Don Michael Paul, em entrevista recente, desabafou: “Simplesmente não é muito bom com as pessoas e não aparece para trabalhar. Então, na maior parte do tempo, filmava com dublês de ação e de corpo. Desculpem se os decepciono, mas não é boa pessoa. Depois de ter trabalhado com ele uma vez, não o faria novamente sob circunstância alguma”. Essa fama de egocêntrico e ausente nas gravações isolou o ator, que acumulou poucos aliados em Hollywood.Nos 20 anos seguintes, Seagal se limitou a produções B, como os direto-para-vídeo da Lionsgate, e teve uma participação isolada em Machete (2010), de Robert Rodriguez — seu único projeto notável na década. Ele chegou a ser convidado para Os Mercenários (2010), de Sylvester Stallone, mas recusou: “Não gostava das pessoas envolvidas”. Hoje, aos 72 anos, Seagal vive mais de polêmicas políticas e aparições em realities russos do que de cinema, com rumores de projetos na Rússia, mas nada que resgate sua relevância em Hollywood.Contexto na indústria: o fim de uma era para astros de açãoO declínio de Seagal reflete o esgotamento do subgênero de “heróis invencíveis” nos anos 2000, com o surgimento de narrativas mais complexas em filmes como os de Jason Bourne ou John Wick. Diretores e produtores evitam atores com histórico problemático, priorizando elencos colaborativos. Para Seagal, No Corredor da Morte não foi só um fracasso — foi o epitáfio de uma carreira que prometia mais, mas sucumbiu ao próprio ego e à monotonia criativa.No Corredor da Morte continua sendo um lembrete curioso da era dourada da ação B, disponível para maratonas nostálgicas. Quem sabe Seagal não volte em um cameo irônico? Por enquanto, Hollywood segue sem ele — e, ao que parece, sem saudades.

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