por Rogério Mendelski
A Medida Provisória 1.304, que moderniza o marco regulatório do setor elétrico, aprovada na última terça-feira, dá um novo empuxe para a política carbonífera do Brasil, com especial atenção ao nosso Estado que tem 89% das reservas nacionais de carvão mineral. A decisão vai permitir a contratação de usinas termelétricas até 2040 e já se projeta um faturamento das usinas a serem contratadas em torno de R$ 2 bilhões por ano, ou R$ 28 bilhões até 2040. Estou relatando fatos, mas diante deles surgirão, inevitavelmente, as narrativas apocalípticas do radicalismo ambiental. Enquanto o marco regulatório permite que se fale na criação de 7 mil novos empregos, geração de renda (dinheiro novo) e tributos para a região carbonífera, a militância ambientalista já se prepara para a luta de classes climática anunciando que a contratação de usinas pode ser o mapa do abismo climático. Os profetas do apocalipse ambiental sequer aceitam discutir as novas tecnologias para extração do carvão mineral cujo desenvolvimento já em uso na China e que também serão aplicadas aqui até 2040. Hoje, a China tem 266 minas de carvão que passaram por uma transformação inteligente utilizando inteligência artificial (IA), robótica e controle remoto. Uma das tecnologias utilizadas na China é a da gaseificação com plantas integradas de ciclo combinado (IGCC). O carvão é convertido em gás sintético para a produção de energia, reduzindo significativamente as emissões de poluentes e o consumo de água. Toda a cadeia chinesa de tecnologia limpa poderá ser aplicada na nossa mineração a partir dos investimentos que virão para o setor carbonífero. Não será fácil essa luta do carvão contra as narrativas, assim como foi difícil convencer o curandeiro dos apaches que a penicilina oferecida pelo capitão médico da cavalaria americana era mais eficaz na cura do grande chefe do que uma dança na fogueira.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Na Mongólia Interior, as minas de Mataihao utilizam sistemas de monitoramento com IA que otimizam o transporte em tempo real e controlam a velocidade de forma inteligente, reduzindo o consumo de energia e os custos operacionais.
ROBÓTICA EM AÇÃO
A mina de Malan, na província de Shanxi, principal região carbonífera da China, robôs de inspeção com câmeras, microfones e termografia analisam equipamentos, detectam anomalias enviam alertas, melhorando a segurança e a confiabilidade.
NOVAS TECNOLOGIAS
Tecnologias avançadas para usinas a carvão operam em pressões e temperaturas elevadas, aumentando a eficiência e diminuindo as emissões.
ARMAZENAMENTO DE CARBONO
A China desenvolveu e demonstrou projetos de captura e armazenamento de carbono com capacidade para capturar até 100 quilotons de CO² em algumas usinas de energia.
SEGURANÇA ENERGÉTICA
O carvão ainda é uma fonte de energia crucial para a China e a automação e eficiência visam garantir a segurança e a produtividade da indústria.
VALE LEMBRAR
A narrativa ambientalista tem o seu berço na esquerda europeia, aliada a uma ingenuidade de uma militância juvenil – olha a Greta Thunberg, aí, gente! – que protesta para defender a Amazônia e ser contra as minas de carvão. A Europa faz um mea culpa depois de ter destruído o seu meio ambiente.
Correio do Povo