- Taxa de homicídios subiu 140% na última década (de 2,5 para 6 por 100.000 habitantes em 2024);
- Sequestros saltaram 76% entre 2021 e 2024, chegando a 868 casos no ano passado.
“Chegaram crimes que eram desconhecidos no Chile, como pistoleiros de aluguel e crime organizado transnacional”, resume Gonzalo Müller, diretor do Centro de Políticas Públicas.A promessa de mudança radical que elegeu Boric há quatro anos – incluindo a troca da Constituição herdada de Pinochet – perdeu força diante da sensação de descontrole nas ruas.Os candidatos e suas propostas
- Jeannette Jara (51), ex-ministra do Trabalho de Boric, foi obrigada a colocar a segurança no centro de sua campanha, relegando programas sociais ao segundo plano. Defende combate ao crime organizado com medidas como o fim do sigilo bancário para atacar as finanças das máfias, mas critica adversários por “exacerbar o medo”. “Para governar é preciso diálogo e capacidade de acordar”, afirmou neste domingo.
- José Antonio Kast promete deportação em massa de imigrantes irregulares, endurecimento penal e confronto direto com as gangues, propostas que ganharam enorme tração entre eleitores cansados da violência.
Parisi, terceiro colocado, também surfou na onda de mano dura, misturando populismo econômico com discurso anti-imigração.Os chilenos também renovaram neste domingo toda a Câmara dos Deputados e metade do Senado. Os resultados definitivos das urnas e a tendência consolidada do primeiro turno devem ser divulgados nas próximas horas pelo Servel (Serviço Eleitoral do Chile).O segundo turno em 14 de dezembro decidirá se o país mantém a centro-esquerda no poder ou dá uma guinada histórica para a ultradireita, 35 anos após o fim do regime Pinochet.
AFP e Correio do Povo
