São Paulo, 13 de novembro de 2025 – A transição na bancada do Jornal Nacional (JN), com a saída de William Bonner após 29 anos e a ascensão de César Tralli como âncora principal, gerou um impacto moderado na audiência, segundo dados preliminares da Kantar Ibope Media. As últimas cinco edições com Bonner (27 a 31 de outubro) marcaram média de 24,6 pontos na Grande São Paulo — melhor que a semana anterior —, enquanto os cinco primeiros dias de Tralli (3 a 7 de novembro) registraram 23,4 pontos. A queda de cerca de 5% reflete uma adaptação rápida do público, sem o “trauma” esperado para uma mudança icônica, alinhando-se à visão de Roberto Marinho de que “qualquer jornalista é substituível”.Números em comparaçãoPeríodo
Âncora
Média Ibope (GSP)
Variação
27-31/out
William Bonner
24,6 pontos
+0,8% (vs. semana anterior)
3-7/nov
César Tralli
23,4 pontos
-5% (vs. Bonner)
A estreia de Tralli, em 3 de novembro, atingiu 25,2 pontos — maior audiência em um mês —, impulsionada pela cobertura da COP30 em Belém. No entanto, a média semanal caiu para 23,4, abaixo dos 24,6 de Bonner, mas acima da média anual projetada de 22,3 pontos para 2025 (vs. 22,8 em 2024).Indiferença do público e lições da transiçãoHistoricamente, mudanças na bancada do JN causavam oscilações significativas — como a saída de Cid Moreira nos anos 1970 ou a entrada de Bonner em 1996. Desta vez, o público absorveu Tralli sem rejeição, priorizando o conteúdo sobre a figura do apresentador. Especialistas atribuem isso ao envelhecimento da TV aberta (concorrência de streaming e redes sociais) e à estabilidade do JN como marca, com foco em credibilidade e imparcialidade.”A fidelidade é ao jornal, não ao âncora. Tralli foi absorvido rapidamente, sem trauma para a emissora”, analisa o colunista de TV Daniel Castro, do Notícias da TV.
A despedida de Bonner, em 31 de outubro, marcou 23,7 pontos — igual às sextas anteriores —, sem o pico esperado. A Globo faturou R$ 10 milhões em comerciais na semana da transição, capitalizando o hype. Bonner migra para o Globo Repórter, enquanto Tralli, de 47 anos e com 32 anos de casa (de repórter investigativo a correspondente em Londres), divide a bancada com Renata Vasconcellos.Reações e futuroFãs e colegas celebraram a “passagem de bastão” nas redes, com Huck elogiando Tralli por “contar histórias de forma objetiva e clara”. A Globo aposta na renovação para reconquistar audiência jovem, integrando SporTV e Globoplay. Projeções indicam estabilidade em 2026, com foco na Copa do Mundo. A mudança reforça: em tempos digitais, o JN é maior que seus apresentadores.
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