São Paulo, 11 de novembro de 2025 – O dólar comercial encerrou a segunda-feira (10) em baixa de 0,53%, cotado a R$ 5,3073 — menor fechamento desde 23 de setembro (R$ 5,2791) —, marcando o quarto pregão consecutivo de queda. A moeda tocou mínima de R$ 5,3043 e acumula desvalorização de 1,36% em novembro, após alta de 1,08% em outubro. No ano, as perdas chegam a 14,12%.O movimento reflete o apetite global por risco, impulsionado pela perspectiva de fim do shutdown histórico de 40 dias nos EUA, após acordo bipartidário no Senado. Divisas emergentes avançaram em bloco, com destaque para peso chileno, colombiano e rand sul-africano, que superaram o real em ganhos.
“A possibilidade do fim do shutdown animou o mercado e estimulou a busca por moedas emergentes”, explica André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica.
Fatores que sustentam a força do real
- Desinflação confirmada no Boletim Focus: mudanças marginais nas projeções reforçam cenário de juros reais mais altos, atraindo capital estrangeiro.
- Commodities em alta: bom desempenho de preços internacionais beneficia o Brasil.
- Cautela técnica em R$ 5,30: nível psicológico que, se rompido, pode acelerar apreciação do real.
Exterior: DXY estável e Treasuries em leve altaO índice DXY oscilou próximo à estabilidade em 99,580 pontos, com recuo de apenas 0,10% em novembro. As taxas dos Treasuries subiram marginalmente.Próximos passosCom o possível fim do shutdown (aguardando aprovação na Câmara dos Representantes), os EUA retomarão a divulgação de indicadores-chave, especialmente do mercado de trabalho, oferecendo mais clareza sobre os rumos da política monetária do Federal Reserve.Operadores alertam: caso o dólar perca o suporte de R$ 5,30, o próximo alvo técnico pode ser R$ 5,20 — patamar não visto desde agosto.
Correio do Povo
