Por alex Pipkin – PhD em Administração
O Brasil vive uma inversão moral grotesca, para dizer o mínimo. E nenhuma tribo a encarna melhor do que a esquerda togada, composta de vários subgrupos e letrinhas. Entre esses doutores de sofá, advogados de porta de cadeia e professores de cátedra, que, entre uma live e um tweet indignado, posam de defensores da civilização. Não são advogados, são militantes — sectários da ideologia do fracasso, do velho coletivismo que adora transformar o bandido em vítima e o policial em algoz. Autodenominam-se “dos direitos humanos”. Eu, por honestidade semântica, prefiro chamá-los advogados dos direitos desumanos.
Esses moralistas dos holofotes enxergam heroísmo onde há terror e opressão. Chamam terroristas de “resistentes”, traficantes de “vítimas sociais”, assassinos de “injustiçados”. E, de quebra, veem Israel como o agressor e o Hamas, esse que usa civis como escudo humano, como vítima. O mesmo script, a mesma empáfia teórica, a mesma covardia moral.
No Rio de Janeiro, a história se repete. A operação policial recente, realizada nos complexos do Alemão, da Penha e em outras comunidades, teve como alvo o Comando Vermelho, organização criminosa — e terrorista — que aterroriza famílias inteiras, tortura e mata. O resultado factual e nefasto é a morte de quatro policiais em combate. Quatro policiais que saíram de casa para defender a lei e voltaram em caixões cobertos por bandeiras. Heróis, embora o Brasil dos direitos desumanos prefira ignorar.
Para esses militantes travestidos de juristas, o morro é um campo de “resistência” e o fuzil, uma metáfora social. Querem que a polícia suba o morro com flores, abraços e livros, enfrentando traficantes que usam arsenal de guerra. Uma ficção tão absurda quanto o moralismo que a sustenta.
Mas o povo — aquele que de fato vive entre tiros e ameaças — não é ingênuo. Quase 70% da população carioca aprovou a operação policial. É a voz das ruas dizendo que o Brasil não aguenta mais ajoelhar diante do crime.
Coragem. Essa palavra já parece antiga. Hoje, relativizar a violência é visto como gesto sofisticado; ajoelhar-se à impunidade, como o progresso social, evidente, por parte de sectários vermelhos e de “burgueses culpados”. Mas ainda há quem afirme o óbvio: bandido é bandido, e a polícia — mesmo com todas as falhas — é o último dique entre a civilização e o caos.
Vivemos num país onde o Estado perdeu o monopólio da força, e a esquerda “bom-mocista”, o monopólio da vergonha. Defender a lei virou acusação de violência; violá-la, ato de resistência legítima. Quando morre um policial, morre um pedaço da nossa esperança de que o Brasil possa ainda ser um país com justiça.
É isso que os brasileiros esperam? Que a coragem seja reconhecida, que a lei seja respeitada, que atos de fato civilizatórios — mesmo na mais dura das batalhas — ainda encontrem o apreço da população. Pois, apesar de tudo, é no julgamento consciente do povo que reside a esperança de um Brasil que não se curva à violência, mas honra aqueles que a enfrentam em nome dos reais valores civilizatórios.
Que os heróis sejam lembrados. Que os criminosos sejam punidos. E que, um dia, os “direitos humanos” deixem de pertencer aos desumanos — e voltem a ser, de fato, aquilo que deveriam ser; direitos de humanos.
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