A advogada Ana Bárbara Shaffert, que representa Filipe Martins nos Estados Unidos, revelou nesta terça-feira, 21, que o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) e o Federal Bureau of Investigation (FBI) estão investigando uma suposta fraude no registro de entrada do ex-assessor de Assuntos Internacionais no país.
Em entrevista ao programa ALive, Shaffert afirmou ter acionado as autoridades norte-americanas — incluindo o Departamento de Segurança Interna (DHS) e o FBI — após identificar que o documento usado para justificar a prisão de Martins teria sido inserido fraudulentamente no sistema.
Contexto da Prisão:
Filipe Martins é réu no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de participar da elaboração da suposta “minuta golpista” e foi preso sob a alegação de ter saído do país no final de 2022. Atualmente, ele cumpre medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.
- Alegação de Fraude: A advogada defende que, na data da prisão de Martins, não havia documentação oficial do governo dos EUA que comprovasse sua entrada no país.
- Surgimento do Documento: Segundo Shaffert, o documento de entrada (registro I94) só apareceu no sistema cerca de um mês após a prisão de Martins, como uma forma de manter a detenção, e após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ter questionado a Polícia Federal (PF).
- Defesa da Fraude: A defesa nega a possibilidade de erro, afirmando que o registro I94 (que comprova a entrada no país) é gerado exclusivamente mediante a apresentação e escaneamento do passaporte. A advogada refuta a alegação da PF de que uma lista de passageiros (encontrada no computador de Mauro Cid) teria gerado o registro de entrada.
A denúncia da fraude nos EUA ocorre dias após a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) dos EUA concluir que Martins não entrou no país, criticando a decisão que estendeu sua prisão.
