Por Alex Pipkin
Há líderes que choram em público para disfarçar a secura moral. No dia 5 de agosto de 2025, Lula, entre soluços performáticos, promessas recicladas, demagogia de auditório e os conhecidos assassinatos gramaticais, declarou sem pudor que será “cada vez mais esquerdista e socialista”. Foi mais do que um delírio ideológico. É a consagração do cinismo como método.
No Brasil real, o cidadão que acorda cedo e trabalha duro é condenado a financiar o delírio igualitário de um Estado glutão. O imposto, aqui, não é instrumento de justiça, mas punição por ousadia. O trabalho virou penitência. O sucesso, um pecado capital. Em troca, o governo oferece migalhas simbólicas. Claro, um cartão plastificado, uma sigla politicamente conveniente, um discurso redentor, e a promessa de que a bondade estatal salvará o povo da fome que ele mesmo perpetua.
Agora, imagine um país outro. Um Brasil onde o Estado fosse servidor e não senhor. Em que políticas públicas fossem rampas, não jaulas. Onde o pobre fosse tratado não como mascote eleitoral, mas como cidadão com ambições. Em que a liberdade de produzir, empreender e crescer fosse estimulada, e não sabotada por discursos culpados.
Esse Brasil — possível, desejável, adulto — é diariamente abortado pelo Brasil de fato. Um país onde o presidente prega o socialismo para o povo enquanto saboreia, sem culpa, o melhor do capitalismo.
É nauseante ver Lula e sua comitiva, acompanhados da primeira-dama informal com salário formal, desfilarem por hotéis de luxo, tênis de grife e relógios suíços, tudo embalado em narrativa revolucionária. É a estética operária a serviço da mais burguesa das existências. O socialismo, afinal, é sempre para os outros. Já o minibar, esse é sagrado.
O ex-presidente, que não é aqui objeto de beatificação, ao menos dormia em alojamentos de quartel. Já o atual, exige suíte com minibar, vista panorâmica e toalhas de algodão egípcio.
Roberto Campos, esse herege da inteligência nacional, já havia alertado: “O socialismo é o caminho mais longo e mais custoso entre a liberdade e a miséria”. E é também, podemos dizer, o atalho preferido de quem deseja parecer virtuoso enquanto desfruta do vício alheio.
Na plateia do poder, ministros togados com biografia marxista oferecem a blindagem jurídica desse espetáculo. Gilmar Mendes sorri entre um aceno à China e outro à elite local, garantindo que o roteiro siga conforme a peça. A “democracia” com censura, a “liberdade” sob vigilância e “igualdade” com casta.
O povo, este sim, segue fiel ao enredo que lhe foi escrito. A cada novo ciclo de promessas e programas, ele reaparece no palco como figurante do próprio destino, aplaudindo de pé aquele que jura defendê-lo enquanto lhe prende as mãos.
E enquanto Lula chora em público, o povo exaurido aprende a sorrir com os olhos baixos.
Afinal, ser socialista com o dinheiro dos outros, convenhamos… é uma barbada, não é mesmo? Difícil é abrir mão do minibar.
Pontocritico.com
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