A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a apreensão de lotes falsificados de dois medicamentos cruciais no tratamento do câncer: Keytruda e Avastin.
A determinação ocorreu após uma investigação que começou com uma queixa técnica em um hospital de Palmas (TO) sobre o imunoterápico Keytruda. A farmacêutica MSD, detentora da patente, não reconheceu os lotes SO48607 e YO19148. Foi constatado que os produtos possuíam rótulos em inglês e um selo de segurança falsificado com inscrições em árabe.
Além disso, o lote H0386H05 do Avastin, usado no tratamento de câncer colorretal, de pulmão e de mama, também foi proibido após a Roche, detentora do registro, identificar características diferentes do produto original em relação ao seu sistema de rastreamento.
Os lotes falsificados foram adquiridos de uma distribuidora, a LAF MED, que teve sua licença cassada após uma operação de combate à falsificação em Fortaleza. A ação desarticulou uma rede suspeita de vender versões falsificadas de medicamentos oncológicos para hospitais e clínicas. Na operação, foram encontradas caixas de medicamentos sem registro no Brasil, todas com rótulos em inglês.
A Anvisa alerta que a circulação de medicamentos falsificados pode comprometer o tratamento dos pacientes e causar eventos adversos, e ressalta que a falsificação de medicamentos é crime hediondo, com pena prevista de 10 a 15 anos de prisão.
