Por Roberto Rachewsky
Primeiro, ocupam postos-chave, e dali começam a decidir ao arrepio da lei e da ordem vigente.
Segundo, cassam políticos da oposição e caçam jornalistas e influencers dissidentes.
Terceiro, manipulam eleições e avançam sobre todas as instituições do estado.
Quarto, criam uma narrativa para criminalizar a resistência e as lideranças contrarrevolucionárias.
Quinto, implantam o arbítrio e a tirania, dispensam e combatem a lógica, os fatos e todos os que ousarem desafiar o regime, sempre com violência crescente. Com crueldade mesmo, para impor o medo.
Golpes podem ser dados por quem assumiu o poder com aparência de legalidade, mas terão que violar dispositivos legais para se manterem no poder como a censura, a prisão sem devido processo legal, a corrupção endêmica e o esvaziamento de qualquer resquício de Estado de Direito.
Dirão que é só por um curto período de tempo. Mas será para sempre. Pelo menos, enquanto os tiranos estiverem com o poder.
O poder ficará concentrado num órgão protegido do voto majoritário. Mesmo que a oposição vença eleições eventualmente, o regime golpista continuará mandando e desmandando no país.
Julgamentos e eleições continuarão existindo para manter as aparências, mas todo o processo será manipulado e os resultados sempre contribuirão para a manutenção do sistema autoritário.
Os comandantes das forças armadas serão os primeiros a serem cooptados. Nenhum golpe é possível sem seu apoio. Servirão até para atrair, trair e denunciar quem acredita que elas podem proteger a institucionalidade.
Não. Não é uma coincidência. É uma necessidade.
Fonte: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar-artigo/a-anatomia-do-golpe-050625
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