RS Notícias: Planalto orienta ministros a defender Moraes sem comemorar prisão de Bolsonaro

 

 

O governo Lula recomendou que seus ministros evitem comemorações públicas nas redes sociais sobre a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorrida no sábado (22). A orientação não significa silêncio absoluto, mas sim cautela nos comentários, com foco em defender o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)Alexandre de Moraes, alvo de ataques bolsonaristas após decretar a medida. A celebração ficou a cargo de parlamentares e dirigentes do PT.

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, destacou a importância de apoiar Moraes: “A decisão está fundamentada nos riscos reais de fuga do chefe da organização golpista, na iminência do trânsito em julgado de sua condenação para cumprimento de pena. Na democracia, a Justiça se cumpre.”

O secretário-geral da Presidência, Guilherme Boulos, também adotou tom firme, mas comedido: “Ninguém está acima da democracia. Ninguém pode trair a pátria impunemente. Que a prisão de Bolsonaro por tentativa de golpe represente um marco para nossa história: Ditadura nunca mais.”

No PT, o ex-ministro José Dirceu classificou a prisão como “um recomeço para o Brasil”. Já o líder da bancada na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que a decisão de Moraes se baseou na necessidade de garantir a ordem pública, já que Bolsonaro, mesmo em prisão domiciliar, seguia atuando politicamente para tensionar instituições.

📌 Reação dos aliados Do outro lado, aliados de Bolsonaro avaliam que a prisão preventiva pode impulsionar o projeto de lei da anistia. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), chamou Moraes de “psicopata” e lembrou que a prisão ocorreu no dia 22, número do partido. O projeto, aprovado em setembro em regime de urgência, segue travado por divergências políticas.

O relator da proposta, deputado Paulo Pereira da Silva (Solidariedade-SP), o Paulinho da Força, afirmou que não mudará seu parecer, que prevê redução de penas, mas não anistia ampla. Caso aprovado e não considerado inconstitucional pelo STF, o texto poderia diminuir significativamente a pena de 27 anos e três meses imposta a Bolsonaro.

O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, comparou a proposta a uma “anistia botox”. Apesar de ligado ao PT, ele não comemorou a prisão: “Continuamos defendendo que a sentença penal seja cumprida somente após o trânsito em julgado. No caso do ex-presidente, ao que parece, havia tentativa de fuga detectada pela violação da tornozeleira eletrônica. Mas não podemos ser incoerentes: pau que bate em Chico, bate em Francisco.”

Correio do Povo

https://www.rsnoticias.top/2025/11/planalto-orienta-ministros-defender.html

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