RS Notícias: Prisão preventiva de Bolsonaro pega base aliada de surpresa e reúne poucos manifestantes na PF de Brasília

 

Brasília – 22/11/2025 – A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo ministro Alexandre de Moraes (STF) na madrugada deste sábado (22) por violação da tornozeleira eletrônica e risco de fuga, deixou a base bolsonarista desorganizada e sem estratégia unificada para rebater a narrativa de tentativa de evasão. Condenado a 27 anos e três meses por envolvimento na trama golpista de 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro foi detido em sua residência no Lago Sul e transferido para a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, onde cumpre regime fechado em uma cela de 12 m².A adesão popular foi baixa: ao longo do dia, pequenos grupos de apoiadores se reuniram esporadicamente em frente à PF, sem grande mobilização. A decisão judicial restringe o acesso apenas a advogados e pessoas autorizadas, limitando a presença de aliados políticos. Apenas os deputados Hélio Lopes (PL-RJ) e Bia Kicis (PL-DF) compareceram brevemente, condenando a medida como “absurda” e “vingança política”, ainda antes da confirmação de que Bolsonaro admitiu ter usado um “ferro de solda” para tentar abrir o equipamento — fato que ele descreveu como “curiosidade” em depoimento à PF.Aliados dispersos e mudança de estratégiaEm feriado prolongado, os principais líderes da oposição estavam fora de Brasília. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, reagiu em transmissão ao vivo no YouTube, chamando a prisão de “criminalização da fé” e acusando Moraes de responsabilidade por qualquer problema de saúde do pai. Inicialmente, ele convocara uma vigília no condomínio de Bolsonaro, mas, diante da baixa adesão na PF, pediu que apoiadores se deslocassem para o local residencial, a 20 km dali: “Neste momento difícil e de total ruína da democracia, peço que não se precipitem, como ir à sede da PF. Concentrem-se aqui, mas com paz”.O deputado Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, anunciou que ele e outros aliados se dirigiam à capital federal: “Estamos nos deslocando imediatamente para Brasília, para acompanhar este momento sombrio e prestar apoio total ao presidente Bolsonaro e à família. Não ficaremos calados. Não aceitaremos que o Brasil vire um país de vingança política, decisões monocráticas e opositores tratados como inimigos”.Contexto da prisão e reações jurídicasBolsonaro cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto, com tornozeleira eletrônica imposta em julho. A violação foi detectada às 0h08, coincidindo com a convocação de uma vigília por Flávio, interpretada pela PF como risco à ordem pública e possível cobertura para fuga — especialmente após saídas recentes de aliados condenados, como Carla Zambelli e Alexandre Ramagem. Moraes justificou a preventiva pela “intenção de romper o equipamento para êxito na evasão”, facilitada pela confusão da manifestação.A defesa de Bolsonaro expressou “profunda perplexidade”, alegando que a prisão decorre de uma “vigília de orações” e que o estado de saúde do ex-presidente (incluindo soluços incontroláveis, câncer de pele e problemas cardíacos) pode ser agravado. Eles prometem recurso imediato e argumentam que a medida viola garantias constitucionais. Especialistas em direito penal, como o professor Antônio José Teixeira Martins (Uerj), avaliam que a decisão é bem fundamentada pela combinação de violação, histórico de descumprimentos e alerta de fuga.Bolsonaristas nas redes sociais ecoam o discurso de “perseguição religiosa”, com hashtags como #LiberdadeParaBolsonaro e #MoraesDitador ganhando tração. Políticos de esquerda, por outro lado, celebraram a ação como “fim da impunidade”.A prisão ocorre em meio a um calendário sensível: Bolsonaro enfrenta julgamento em dezembro por outros crimes, e a base aliada busca reorganizar-se para evitar o isolamento político.Fonte: Correio do Povo / BBC News Brasil / Folha de S.Paulo

Origem: RS Notícias: Prisão preventiva de Bolsonaro pega base aliada de surpresa e reúne poucos manifestantes na PF de Brasília

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