RS Notícias: Relações EUA-China impulsionam preços da soja em Chicago e beneficiam mercado brasileiro

 

A soja na Bolsa de Chicago reagiu com otimismo às negociações mais amigáveis entre Estados Unidos e China, superando os atritos causados pela tarifa de 40% imposta por Trump a Pequim. Na segunda-feira, os contratos futuros para janeiro de 2026 subiram 33 centavos, fechando em US$ 11,57 por bushel, impulsionados por relatos de vendas recordes de grãos americanos para o maior comprador global.“O mercado está sendo dominado pela dinâmica EUA-China. Há anúncios de cargas maiores de soja norte-americana para a China, o que justifica a alta expressiva”, analisa Ana Luiza Lodi, especialista em inteligência de mercado da StoneX. No entanto, na terça-feira, as cotações recuaram ligeiramente para US$ 11,50 por bushel, em um ajuste natural após os ganhos iniciais.Mesmo com a continuidade das vendas para os chineses, o otimismo é cauteloso. “Na terça e quarta, os futuros caíram, apesar dos anúncios. Ainda há incerteza sobre os volumes reais, e falta negociar muita soja para alcançar as 12 milhões de toneladas prometidas no acordo até o início de 2026”, explica Ana Luiza.A tendência de alta pode persistir se Pequim aumentar as importações, mas isso compete com a competitividade da soja brasileira. “O balanço global de oferta e demanda segue confortável, sem apertos significativos”, complementa a especialista.Impactos no Brasil: prêmios recuam e produtores seguram vendasA valorização em Chicago gerou efeitos imediatos no mercado interno brasileiro. “A alta externa derrubou os prêmios por aqui, o que mantém nossa soja competitiva mesmo na entressafra”, observa Ana Luiza. Isso beneficia exportadores, mas trava negociações.Os produtores brasileiros, bem capitalizados, optam por esperar momentos ideais de CBOT (Bolsa de Chicago), prêmios e câmbio. “Eles observam o mercado, mas a expectativa de uma safra recorde no Brasil, com maior oferta no início do ano, pressiona os preços para baixo. Além disso, a falta de armazenagem suficiente reforça a cautela”, adiciona.De acordo com a consultoria Safras & Mercado, a semana passada teve preços estáveis no Brasil, com leve avanço na comercialização. Os prêmios se mantiveram firmes, os contratos futuros subiram em Chicago e o dólar enfraqueceu ante o real.“Apesar do cenário positivo em Chicago, o spread elevado entre bases de compra e venda freia os negócios. Produtores apostam em cotações melhores e focam no desenvolvimento das lavouras”, aponta a consultoria. O fim da paralisação do governo americano reduziu a aversão ao risco, impulsionando commodities como investimentos.Foco no relatório do USDANesta sexta-feira, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulga o relatório de novembro de oferta e demanda, incluindo vendas diárias acumuladas durante o shutdown governamental. “O mercado busca sinais sobre as compras chinesas pós-acordo, que prometia 12 milhões de toneladas de soja americana. Há muitas dúvidas sobre o cumprimento real”, conclui a Safras & Mercado.A perspectiva é de mais volatilidade, mas com potencial de ganhos se o diálogo EUA-China avançar, beneficiando tanto produtores quanto exportadores globais.Fonte: Correio do Povo / StoneX / Safras & Mercado

Origem: RS Notícias: Relações EUA-China impulsionam preços da soja em Chicago e beneficiam mercado brasileiro

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