RS Notícias: Idosos garantem R$ 600 mensais protegidos de dívidas pela Lei do Superendividamento: o benefício que pouca gente conhece

 

Uma legislação essencial para milhões de aposentados e pensionistas brasileiros, mas ainda pouco conhecida, assegura que idosos endividados não fiquem sem o mínimo para sobreviver. A Lei do Superendividamento (Lei nº 14.181/2021), também apelidada de “Lei do Mínimo Existencial”, proíbe que bancos e instituições financeiras retirem integralmente a renda mensal de consumidores vulneráveis, mesmo com múltiplos contratos de empréstimos ou dívidas acumuladas. O foco é preservar um valor mínimo de R$ 600 por mês — o chamado “mínimo existencial” —, que cobre despesas básicas como alimentação, moradia, medicamentos, saúde e transporte. Essa proteção vale para renegociações, cobranças judiciais ou descontos automáticos, garantindo dignidade e evitando a exclusão social total.Sancionada em julho de 2021, a norma atualiza o Código de Defesa do Consumidor e reforça o Estatuto do Idoso, priorizando a reorganização financeira justa. Especialmente relevante para aposentados que recorrem a empréstimos consignados — descontados diretamente do benefício do INSS —, a lei impede que o endividamento leve à miséria absoluta. “O conceito de mínimo existencial foi pensado para que o cidadão consiga manter uma vida básica, mesmo em crise financeira”, explica a legislação, que equilibra os direitos do devedor e do credor.O que é o “mínimo existencial” e por que R$ 600?Esse montante, equivalente ao salário mínimo vigente em 2021 (atualizado para R$ 1.412 em 2025, mas fixado como base na lei), representa o piso intocável da renda. Ele não pode ser afetado por:

  • Descontos em folha de pagamento;
  • Acordos de renegociação;
  • Ações judiciais de cobrança.

Para idosos, que muitas vezes dependem exclusivamente da aposentadoria ou pensão, essa garantia é vital. A lei reconhece que o superendividamento — acumulação de dívidas insustentáveis — afeta desproporcionalmente os mais vulneráveis, como idosos de baixa renda, e impõe limites éticos às práticas bancárias.Requisitos para ter direito ao benefícioA proteção se aplica a qualquer consumidor pessoa física em situação de superendividamento, com ênfase em idosos aposentados ou pensionistas. Não é necessário ser idoso para invocar a lei, mas ela é particularmente benéfica para quem recebe benefícios previdenciários. Basta comprovar a condição de endividado e demonstrar que os descontos comprometeriam o sustento básico. Não há limite de idade rígido, mas o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) reforça a prioridade para maiores de 60 anos.Como solicitar a proteção e renegociar dívidasPara ativar o direito ao mínimo existencial, o idoso ou seu representante deve:

  1. Contatar o credor: Iniciar negociações diretamente com o banco ou financeira, citando a Lei nº 14.181/2021. Eles são obrigados a preservar os R$ 600.
  2. Buscar conciliação: Recorrer a núcleos de conciliação de dívidas (como os Procons ou Juizados Especiais), que mediam acordos equilibrados, ajustando prazos, juros e parcelas sem afetar o mínimo existencial.
  3. Ação judicial, se necessário: Em casos de descumprimento, ingressar na Justiça para bloquear descontos abusivos. Advogados dativos ou defensores públicos podem auxiliar gratuitamente.
  4. Orientações preventivas: Programas de educação financeira, incentivados pela lei, estão disponíveis em entidades como o INSS, Procon e Serasa, para evitar novas dívidas.

A renegociação deve ser personalizada, considerando a capacidade de pagamento real do idoso.Avanços da lei além do mínimo existencialA Lei do Superendividamento vai além da proteção financeira básica e estabelece regras para um crédito mais responsável:

  • Educação financeira: Obriga instituições a promoverem programas de planejamento orçamentário, ajudando idosos a evitar armadilhas de endividamento.
  • Transparência nos contratos: Bancos devem informar claramente custos totais, prazos e impactos no orçamento, avaliando a capacidade de pagamento antes de conceder crédito.
  • Proibição de abusos: Veda assédio a aposentados para ofertas de empréstimos e cláusulas enganosas, como juros compostos excessivos.
  • Conciliação coletiva: Cria mecanismos para acordos em massa, beneficiando grupos de endividados, como comunidades de idosos.

Essa legislação marca um avanço na defesa dos direitos dos vulneráveis, especialmente em um país onde o endividamento de idosos cresceu 30% nos últimos anos, segundo dados do Banco Central. Para mais informações, consulte o site do Ministério da Justiça ou o Procon local. Se você ou um familiar se enquadra, não hesite: esses R$ 600 mensais podem ser a diferença entre a sobrevivência e a dignidade.

Diário do Comércio

Origem: RS Notícias: Idosos garantem R$ 600 mensais protegidos de dívidas pela Lei do Superendividamento: o benefício que pouca gente conhece

Comments

No comments yet. Why don’t you start the discussion?

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *