RS Notícias: Justiça decreta falência da Oi e inicia liquidação ordenada de ativos após década de crise

 

Rio de Janeiro, 11 de novembro de 2025 – O drama da Oi (OIBR3; OIBR4), outrora a maior operadora de telecomunicações do Brasil, chegou ao fim nesta segunda-feira (10): a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro decretou a falência da companhia, convolando o processo de recuperação judicial que se arrastava há quase uma década. A decisão da juíza Simone Gastesi Chevrand encerra o capítulo de uma das maiores reestruturações corporativas da história nacional, marcada por dívidas bilionárias e tentativas frustradas de revitalização.O que diz a decisão judicial

“Não há mais surpresas quanto ao estado do Grupo em recuperação judicial. A Oi é tecnicamente falida”, escreveu a magistrada no despacho.

A sentença prioriza uma liquidação ordenada dos ativos, visando maximizar o valor para pagamento aos credores sem interromper os serviços essenciais de conectividade. “Cessada a sanha de liquidação desenfreada, além da garantia da ininterrupção dos serviços, é possível proceder à sua liquidação ordenada, na busca da maximização de ativos em prol de todos os atingidos”, enfatizou Chevrand.A falência foi determinada após a empresa e seu interventor judicial admitirem, na sexta-feira (7), a insolvência irreversível: esgotados os recursos para operações e sem perspectiva de reanimação financeira. A Oi dispensou os administradores judiciais auxiliares (escritórios Wald e K2), mantendo apenas o principal para supervisionar o processo.Contexto da crise

  • Início da recuperação: 2016, com dívidas de R$ 65 bilhões, agravadas pela concorrência feroz de rivais como Vivo e Claro.
  • Segunda RJ: 2020, durante a pandemia, com corte de dívidas em R$ 25 bilhões, mas sem salvação sustentável.
  • Ativos principais: rede de fibra óptica, espectro de telefonia fixa e móvel, e data centers — tudo agora à venda para quitar credores (bancos, fundos e fornecedores).

A Oi, que já dominou o mercado fixo com 70% de participação, encolheu para um player secundário, focado em fibra e atacado. A falência não afeta diretamente os usuários: serviços como telefonia e internet serão mantidos durante a transição, conforme garantido pela Anatel e Ministério das Comunicações.Próximos passos

  • Venda de ativos: Prioridade para leilões que cubram o máximo possível dos R$ 40 bilhões restantes em dívidas.
  • Impacto no mercado: Possível absorção de clientes pela TIM, Vivo ou Claro, fortalecendo o oligopólio.
  • Empregados: Cerca de 6 mil funcionários podem ser realocados ou demitidos, com prioridade em negociações coletivas.

A decisão marca o ocaso de uma era para as teles estatais privatizadas na década de 1990, servindo de alerta para o setor em transformação digital. Credores e acionistas aguardam o plano de liquidação, enquanto o governo monitora para evitar disrupções na infraestrutura de telecom.

InfoMoney

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