A sentença prioriza uma liquidação ordenada dos ativos, visando maximizar o valor para pagamento aos credores sem interromper os serviços essenciais de conectividade. “Cessada a sanha de liquidação desenfreada, além da garantia da ininterrupção dos serviços, é possível proceder à sua liquidação ordenada, na busca da maximização de ativos em prol de todos os atingidos”, enfatizou Chevrand.A falência foi determinada após a empresa e seu interventor judicial admitirem, na sexta-feira (7), a insolvência irreversível: esgotados os recursos para operações e sem perspectiva de reanimação financeira. A Oi dispensou os administradores judiciais auxiliares (escritórios Wald e K2), mantendo apenas o principal para supervisionar o processo.Contexto da crise
- Início da recuperação: 2016, com dívidas de R$ 65 bilhões, agravadas pela concorrência feroz de rivais como Vivo e Claro.
- Segunda RJ: 2020, durante a pandemia, com corte de dívidas em R$ 25 bilhões, mas sem salvação sustentável.
- Ativos principais: rede de fibra óptica, espectro de telefonia fixa e móvel, e data centers — tudo agora à venda para quitar credores (bancos, fundos e fornecedores).
A Oi, que já dominou o mercado fixo com 70% de participação, encolheu para um player secundário, focado em fibra e atacado. A falência não afeta diretamente os usuários: serviços como telefonia e internet serão mantidos durante a transição, conforme garantido pela Anatel e Ministério das Comunicações.Próximos passos
- Venda de ativos: Prioridade para leilões que cubram o máximo possível dos R$ 40 bilhões restantes em dívidas.
- Impacto no mercado: Possível absorção de clientes pela TIM, Vivo ou Claro, fortalecendo o oligopólio.
- Empregados: Cerca de 6 mil funcionários podem ser realocados ou demitidos, com prioridade em negociações coletivas.
A decisão marca o ocaso de uma era para as teles estatais privatizadas na década de 1990, servindo de alerta para o setor em transformação digital. Credores e acionistas aguardam o plano de liquidação, enquanto o governo monitora para evitar disrupções na infraestrutura de telecom.
InfoMoney
