Desde a madrugada de sábado, quando um ciclone extratropical atingiu a região, os moradores das ilhas de Porto Alegre estão lidando com a ausência de energia elétrica. A interrupção no fornecimento, que é comum na região durante temporais, se estendeu, causando frustração e apreensão entre os habitantes, que temem a perda de alimentos refrigerados.
Para driblar a falta de luz, alguns moradores, como o aposentado Vitor Ferreira Alves, de 68 anos, que vive na Ilha Mauá, recorreram a geradores movidos a gasolina. Alves relatou que, graças ao equipamento, a situação em sua casa foi “mais tranquila, quase normal”. Ele, que optou por permanecer na ilha mesmo após o projeto Compra Assistida desocupar muitas residências, afirmou que dez litros de combustível são suficientes para garantir a energia por uma noite inteira.
A interrupção no serviço de energia também afetou o abastecimento de água. O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) confirmou que a Estação de Tratamento de Água (ETA) Ilhas está inoperante devido à falta de luz e está em contato com a concessionária CEEE Equatorial para solucionar o problema.
A autônoma Sandra Roberta Moreira, que reside na Ilha Grande dos Marinheiros em um grande terreno com outros membros da família, expressou sua frustração. “É muito comum quando faltar luz, faltar água também. Acho que este pessoal não está preparado para esse tipo de desastre. Em qualquer vento, já falta energia”, desabafou ela, lamentando a ausência de uma previsão de retorno do serviço.
Segundo o último balanço da CEEE Equatorial na tarde de sábado, a área de concessão registrava cerca de 157 mil clientes sem energia, com Porto Alegre sendo uma das cidades mais afetadas. Enquanto a situação não se normaliza, a rotina dos insulanos segue marcada pela espera e pela incerteza.
Correio do Povo
