RS Notícias: Castro pressiona Trump para declarar CV organização narcoterrorista, diz jornal

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), intensificou as negociações com o governo dos Estados Unidos para que o Comando Vermelho (CV) seja incluído na lista americana de organizações narcoterroristas, o que permitiria a aplicação de sanções econômicas e cooperação direta com órgãos como DEA, FBI e ONU.

O documento foi obtido com exclusividade pela coluna da Malu Gaspar, no jornal O Globo.

A proposta, defendida também por outros governadores de direita, segue o modelo usado pelos EUA para enquadrar cartéis como o Tren de Aragua, da Venezuela, e o Los Zetas, do México.

Segundo o jornal, Castro quer ainda que o tema seja incorporado ao projeto de lei antifacção que o Palácio do Planalto deve enviar ao Congresso nos próximos dias.

O movimento do governador ocorre em meio à repercussão da megaoperação nas comunidades da Penha e do Alemão, no Rio, que deixou mais de 120 mortos e reacendeu o debate sobre o poder das facções no país.

Documento entregue

Em relatório confidencial obtido pelo O Globo, intitulado “Análise Estratégica: Inclusão do Comando Vermelho nas listas de sanções e designações dos EUA”, o governo do Rio argumenta que “a crescente sofisticação, transnacionalidade e brutalidade do Comando Vermelho” justificam sua inclusão nas listas americanas de sanções e bloqueio de ativos.

O texto lista potenciais benefícios da medida, como a facilitação de pedidos de extradição de chefes do CV refugiados em países vizinhos e a ampliação da cooperação internacional com agências de combate ao narcotráfico. O relatório também defende que a classificação poderia bloquear empresas de fachada e aliados econômicos ligados à facção.

Resistência do governo Lula

A apuração revela que no Palácio do Planalto, a proposta é tratada com cautela. Auxiliares de Lula avaliam que a designação do CV como organização terrorista poderia ter efeitos colaterais graves, como sanções financeiras a bancos ou à própria União, caso os EUA considerem o país leniente no combate ao crime.

Integrantes do governo citam o precedente da Lei Magnitsky, usada para impor sanções a autoridades estrangeiras, como o caso recente do ministro Alexandre de Moraes, incluído por congressistas republicanos em uma lista de supostas violações de direitos humanos.

“Seria uma tremenda irresponsabilidade abrir essa brecha”, disse um assessor do presidente.

Tentativas de articulação

Em maio, o assessor do Departamento de Estado americano David Gamble visitou o Brasil para discutir o combate a “organizações criminosas transnacionais” e programas de sanções, mas não foi recebido por representantes da Polícia Federal, responsável pelos acordos internacionais nessa área.

Poucos dias depois, Castro esteve no escritório da Drug Enforcement Administration (DEA) em Nova York, buscando firmar um acordo direto com o governo estadual. Hoje, qualquer cooperação com a DEA precisa passar pela PF, que representa a União em tratados de segurança.

Com o avanço do projeto antifacção e a escalada da violência no Rio, governadores alinhados à direita pretendem recolocar o tema da designação do CV como grupo terrorista no centro do debate político.

InfoMoney

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