O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, enviou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) defendendo a legalidade e a necessidade da Operação Contenção, realizada na semana passada para cumprir mandados de prisão contra o Comando Vermelho (CV) e que resultou em mais de 120 mortos.
A defesa ocorreu após o ministro Alexandre de Moraes, relator da ADPF das Favelas, solicitar esclarecimentos sobre a ação policial.
Principais Justificativas de Castro ao STF:
- Necessidade: O governador alegou que a intervenção foi necessária devido às barricadas e ataques de facções em regiões próximas a escolas e postos de saúde, classificando a atuação policial como “exercício legítimo do poder-dever de proteção da sociedade”.
- Confrontos em Área de Mata: Castro afirmou que os confrontos foram concentrados em áreas de mata para evitar tiroteios em regiões edificadas e, assim, proteger os moradores.
- Força Adequada: O governador garantiu que o nível de força foi compatível com as “ameaças letais enfrentadas”, limitando-se ao armamento padrão, como fuzis semiautomáticos e pistolas.
- Estatísticas da Operação:
- 117 criminosos mortos.
- 4 policiais mortos.
- 13 agentes do Estado feridos.
- 4 civis feridos.
- Câmeras Corporais: Policiais civis (Core) e militares envolvidos na ação estavam equipados com câmeras corporais (bodycams), que garantem transparência e rastreabilidade, sendo registradas as ocorrências de falhas técnicas.
- Perícia Prejudicada: Castro reconheceu que a preservação da cena do crime foi dificultada pela intensidade dos ataques e pela remoção de corpos por terceiros antes da atuação pericial.
- Planejamento: A operação foi planejada com cerca de um ano de investigações e dois meses de reunião das equipes técnicas das polícias. Foi deflagrada em horário calculado para evitar o fluxo de alunos e trabalhadores, sem utilização de escolas ou unidades de saúde como base.
Correio do Povo
