A declaração do chanceler federal da Alemanha, Friedrich Merz, de que os líderes da União Europeia (UE) haviam dado o “sinal verde” para a finalização do acordo comercial com o Mercosul gerou rápido embaraço no bloco europeu.
A fala de Merz, que é favorável ao tratado, foi imediatamente refutada por outros líderes presentes na cúpula da UE em Bruxelas, apesar do otimismo geral de que o consenso e a ratificação possam ocorrer nos próximos meses.
Contrapontos à Declaração Alemã:
- António Costa (Presidente do Conselho Europeu): Costa negou que o tema tenha sido discutido ou que qualquer decisão tenha sido tomada. Segundo ele, o único pedido feito foi para que os líderes resolvessem questões técnicas de tradução com seus embaixadores.
- Emmanuel Macron (Presidente da França): O líder francês, que é notoriamente cético em relação ao acordo, se mostrou surpreso com a declaração de Merz e afirmou que “o trabalho continua”, esperando uma resposta final nas próximas semanas.
Otimismo recente surge com a finalização de cláusulas de salvaguarda que visam proteger setores europeus vulneráveis, como o agrícola (principalmente na França, Itália e Polônia), por meio de controles alfandegários, sanitários e fitossanitários mais rigorosos sobre produtos sul-americanos.
A concretização do acordo, negociado desde 1999, criaria a maior zona de livre comércio do mundo. O Brasil, que exerce a presidência rotativa do Mercosul até o fim do ano, busca ratificar o tratado em breve.
