RS Notícias: Marina Berti: história e legado da atriz italiana do século XX

 

Marina Berti: Vida e ObraMarina Berti, cujo nome de batismo era Elena Maureen Bertolino, foi uma das atrizes italianas mais versáteis e prolíficas do cinema do século XX. Nascida em 29 de setembro de 1924, em Londres, de pai italiano e mãe inglesa, ela herdou uma fluência natural no inglês que a permitiu transitar facilmente entre produções italianas e hollywoodianas. Sua carreira, que se estendeu por mais de seis décadas, resultou em cerca de 100 filmes e séries de TV, além de trabalhos no teatro. Berti faleceu em 29 de outubro de 2002, em Roma, aos 78 anos, após uma longa doença.Vida PessoalMarina cresceu em um ambiente bilíngue e multicultural, o que influenciou sua abordagem ao cinema internacional. Em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, ela se casou com o ator e diretor italiano Claudio Gora (cujo nome real era Emilio Giordano), com quem teve uma união duradoura e estável até a morte dele, em 1998. O casal teve cinco filhos, todos envolvidos no mundo do entretenimento: Andrea Giordana (ator), Carlo Giordana (cinegrafista), Marina Giordana (atriz), Luca Giordana e Cristina Giordana. Seus netos, como Luchino Giordana, também seguiram carreiras artísticas. Berti era conhecida por sua dedicação à família, e após se aposentar das telas nos anos 1980, dedicou-se a uma vida mais privada em Roma, longe dos holofotes.Carreira e ObraA estreia de Marina Berti nas telas ocorreu em 1941, aos 17 anos, no filme La Fuggitiva (A Fugitiva), ao lado da lendária Anna Magnani, dirigido por Giacomo Gentilomo. Esse papel inicial marcou o início de uma trajetória marcada por papéis de apoio em dramas italianos da era neorrealista, como Giacomo l’idealista (1943), de Alberto Lattuada. Sua beleza clássica e carisma logo a levaram a papéis principais esporádicos, especialmente em comédias românticas e dramas pós-guerra.Nos anos 1950, Berti ganhou projeção internacional graças à sua fluência em inglês. Ela atuou em superproduções de Hollywood filmadas na Cinecittà, em Roma, como Prince of Foxes (1949), com Tyrone Power e Orson Welles; Quo Vadis? (1951), no papel de Lygia, ao lado de Robert Taylor e Deborah Kerr; Deported (1950), com Märta Torén; e Ben-Hur (1959), de William Wyler. Esses épicos bíblicos e históricos destacaram sua elegância em cenas grandiosas, consolidando-a como uma das poucas atrizes italianas da época capazes de competir no mercado americano.Ao longo dos anos 1960 e 1970, ela equilibrou papéis em filmes italianos com produções internacionais. Destacam-se Teodora, Imperatriz das Trevas (1954); Guerra e Paz (1956), de King Vidor, ao lado de Audrey Hepburn e Henry Fonda; Cleopatra (1963), com Elizabeth Taylor; e Os Sapatos do Pescador (1968), de Michael Anderson. Em A Califa (1970), de Alberto Bevilacqua, ela interpretou um papel dramático marcante como a esposa de um industrial. Berti também brilhou na televisão, com atuações memoráveis na minissérie A Odisseia (1968) e em Jesus de Nazaré (1977), dirigida por Franco Zeffirelli, onde contracenou com Robert Powell no papel de Maria.Sua filmografia reflete versatilidade: de heroínas românticas em Prelúdio de Amor (1946), com Massimo Girotti, a personagens mais complexas em dramas como Febbre di Vivere (1953), dirigido por seu marido Claudio Gora. Nos anos finais, ela apareceu em filmes como Amen (2002), de Costa-Gavras, seu último trabalho. Embora nem sempre em papéis principais, Berti era valorizada por sua presença etérea e profissionalismo, contribuindo para o cinema italiano em transição do neorrealismo para o épico internacional.Marina Berti deixou um legado de elegância e longevidade no cinema, influenciando gerações de atrizes italianas. Sua vida, entre Londres, Roma e Hollywood, exemplifica a ponte cultural que ela construiu através da arte.

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