RS Notícias: Miriam Leitão na ABL: o novo padrão de “imortalidade literária”?

 

A Academia Brasileira de Letras (ABL), fundada por Machado de Assis para ser guardiã da cultura e da excelência literária, há tempos tem tomado rumos que causam espanto até nos mais liberais observadores. Agora, com a candidatura de Miriam Leitão, o quadro parece assumir contornos ainda mais caricatos – uma espécie de paródia da própria ABL.

Miriam é jornalista, comentarista política e econômica, conhecida por sua atuação na Rede Globo e seus textos ideologicamente alinhados à esquerda progressista. Pode-se discutir seu talento como comunicadora, mas é difícil imaginar que sua contribuição ao universo literário seja suficiente para justificar uma cadeira entre os “imortais”. A pergunta que paira no ar: que legado literário justifica sua eleição?

A banalização da cadeira

Há tempos a ABL tem cedido mais aos holofotes da mídia do que à qualidade literária. Antes, exigia-se do candidato uma obra sólida, reconhecida, um repertório que contribuísse com a língua e a cultura brasileiras. Hoje, parece bastar uma boa vitrine televisiva ou um discurso afinado com as pautas politicamente corretas.

Se a escolha por Miriam se confirmar, talvez o próximo passo seja convidar Tiririca. Pelo menos, ele escreveu (e cantou) suas próprias letras. A ironia é inevitável: o humorista, que se elegeu deputado dizendo que “pior do que está não fica”, talvez estivesse certo – inclusive em relação à ABL.

Ideologia como critério

O que está em jogo aqui não é apenas o nome de uma jornalista se candidatando a uma cadeira na ABL, mas o critério com que essas escolhas vêm sendo feitas. Em vez de premiar a excelência literária, parece que a Academia tem se rendido cada vez mais ao peso da militância ideológica e das relações com a grande mídia.

Quem questiona a qualidade literária de Miriam não está atacando sua pessoa, mas cobrando coerência de uma instituição que se diz guardiã da literatura nacional.

O fim do prestígio?

Ao abrir espaço para figuras mais conhecidas por suas opiniões políticas do que por sua produção literária, a ABL perde credibilidade diante do público. E, mais grave ainda, desacredita os próprios membros que ali estão por mérito incontestável.

O prestígio que outrora cercava os “imortais” está se desmanchando no ar. Não por intolerância ou elitismo, mas porque a instituição que deveria zelar pela qualidade da literatura brasileira parece ter trocado o conteúdo pela forma, o talento pela conveniência.

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